sábado, 23 de julho de 2011

Em Rio Preto igrejas evangélicas atraem jovens e ex-católicos, e já são 40,5% da população, o dobro em dez anos


SÁBADO, 23 DE JULHO DE 2011

22/07/2011- Redação Sidnei Costa/Agência BOM DIA - Foto: Ademir Terradas

Pr. Jesus José da Silva, presidente do Conselho
de Pastores de Rio Preto, durante pregação
 
A população evangélica de Rio Preto dobrou nos últimos dez anos e já representa 40,5% da população da cidade, superando a percentagem de evangélicos do país (26,6%) e do estado (30%).
É o que mostra estimativa da organização Sepal (Servindo aos Pastores e Líderes), que deve ser confirmada por detalhamento do  Censo 2010, que será divulgado no mês que vem. Em 2000, eram 250 igrejas e 58 mil fiéis evangélicos na cidade, que representavam 16,2% da população rio-pretense. Naquele ano, Rio Preto contava 358,5 mil habitantes.
Dez anos depois, são 530 templos  e mais de 74 denominações evangélicas, com  165,6 mil fiéis, o equivalente  a 40,5% da população da cidade, que, segundo o Censo 2010, é de 408,5 mil pessoas. Para o diretor do CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas), pastor João Flávio Martinez, esse “boom” se deve, principalmente, ao advento das igrejas pentecostais e neopentecostais, como a Universal do Reino de Deus e a Mundial do Poder de Deus.
Inaugurada recentemente em Rio Preto, a Igreja Global do Poder de Deus é a mais nova denominação neopentecostal a chegar à cidade. O templo está sendo instalado no alto da Boa Vista, bairro de classe média. “São igrejas atraentes, onde as pessoas vão procurar milagres, cura física, estabilidade financeira e espiritual. É um público formado, em sua maioria, por gente que se dizia católica, mas não frenquentava igreja nenhuma”, afirma.
A explicação é a mesma usado pelo presidente do Conselho de Pastores de Rio Preto, Jesus José dos Santos, que é pastor da Igreja Remanescente na Graça. “As pessoas encontram em Cristo a solução para problemas físicos, psicológicos, espirituais e até mesmo financeiro. Isso faz com que, cada vez mais, as pessoas procurem as igrejas evangélicas”, diz.

IGREJAS MENOS RÍGIDAS SÃO AS ARREBANHAM  MAIS  FIÉIS
Foi o que aconteceu com aposentada Maria de Loudes Paradela, 63, moradora do Jardim Planalto. Depois de décadas frequentando a igreja católica, ela se converteu há cinco anos e foi batizada na Igreja do Evangelho Quadrangular. Aos poucos, está convencendo filhos e netos a frequentar  a igreja com ela. “Não tenho nada contra o catolicismo, mas me sinto bem onde estou e por aqui quero continuar.”
Para João Flávio, outro fato que justificaria a popularidade dessas denominações é  de elas não manterem costumes mais rígidos, como o uso de terno nos cultos, e não obrigar as mulheres a usar roupas formais  e cabelos compridos. A Assembleia de Deus – maior denominação pentecostal do Brasil – sempre foi, reconhecidamente, uma das mais rígidas nos costumes, mas atualmente já admite movimentos mais “liberais”, como o  liderado pelo pastor Samoel de Castro Ferreira, em templo do Brás, em São Paulo.
Os cultos de Samoel são frequentados por mulheres de cabelos curtos e homens com calças jeans e camisetas. O bispo  de Rio Preto, Dom Paulo Mendes Peixoto, informou  que a estimativa da igreja católica é de que os católicos representem  pelo menos 65% da população de Rio Preto( 285,6 mil pessoas).
A orientação da CNBB para os bispos é de que o crescimento da comunidade só seja comentado após divulgação dos números oficiais do Censo 2010.
No rádio
Em Rio Preto existem cinco emissoras de rádio moduladas em FM e AM que só apresentam programação evangélica, com a veiculação de louvores e orações. A maior parte dos programas é apresentada por pastores de diversas denominações. Quatro dessas emissoras mantêm programação pré-definida 24 horas.
73.805 é o número de votos que o pastor Sebastião dos Santos (PRB) recebeu nas últimas eleições, em 2010. De acordo com a ONG Vivos!, que compila dados sobre os evangélicos nos meios de comunicação, existem 600 emissoras evangélicas em FM no país

A NOVA FORÇA POLÍTICA  ASSUMIU  VALDOMIRO E DERRUBOU RILLO
Formados no Brasil, principalmente pela classe C (fatia da população que emerge para as  classes média e alta), os evangélicos são vistos atualmente como um grupo com grande potencial de consumo e influência política. Na última eleição municipal, por exemplo, diferentes denominações evangélicas conseguiram eleger seis vereadores em  Rio Preto, dos quais cinco continuam no Legislativo.
Dois anos depois, o vereador Sebastião dos Santos (PRB), pastor Universal do Reino de Deus, recebeu pouco mais de 73 mil votos e foi alçado ao cargo de deputado estadual. Na eleição para prefeito, em 2008, o agora eleito Valdomiro Lopes (PSB) se reuniu com pastores em hotel do centro de Rio Preto durante o segundo turno das eleições para “afinar” o discurso contra o adversário, o agora deputado João Paulo Rillo (PT).
Naquela semana, as pesquisas apontavam vitória do petista com quase 5% a mais nas intenções de votos. A estratégia funcionou. Uma semana depois, o candidato venceu a disputa com 4,9% de vantagem sobre o adversário.
“O prefeito faz questão de atribuir a virada no último dia ao voto dos evangélicos”, afirma o diretor do CACAP, João Flávio Martinez. Para o presidente do Conselho de Pastores de Rio Preto, essa participação ativa na política deixa claro como a maioria das denominações deixou de lado as diferenças de doutrinas para se unir em favor dos interesses comuns. “O que nós queremos é que nossas demandas sejam ouvidas. Para isso temos representantes na política”, afirma.
VIRADA
“O prefeito Valdomiro Lopes (PSB) , faz questão de atribuir a virada no segundo turno ao voto dos evangélicos”, disse João Flávio Martinez, diretor do CACP e pastor.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Juíza casa-se com outra mulher: Primeiro caso no Brasil envolvendo uma magistrada


Por Redação do Correio do Brasil, com CMI - de Itajaí, SC
juíza
juíza Sônia Moroso e a companheira, após a assinatura do termo que caracteriza a união estável homoafetiva
É o primeiro caso no Brasil em que uma magistrada assume sua relação homoafetiva. Sônia Maria Mazzetto Moroso, da 1ª Vara Criminal de Itajaí (SC), casou-se com a servidora municipal Lilian Regina Terres.
juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso, titular da 1ª Vara Criminal de Itajaí (SC) assinou no sábado o documento que a torna casada com Lilian Regina Terres, servidora pública municipal. Esta é a primeira união civil homoafetiva registrada em Santa Catarina, após a decisão do STF.
A primeira do Brasil ocorreu em Goiânia (GO), no dia 9 de maio, entre Liorcino Mendes e Odílio Torres. Até agora, ninguém da magistratura brasileira tinha antes, assumido publicamente esse tipo de relacionamento.
É a primeira pelo menos no Estado de Santa Catarina e eu sou a primeirajuíza brasileira a assumir, comemorou Sônia.
Ela e Lilian já tinham um relacionamento estável antes da união oficial. Elas se uniram no dia 29 de maio do ano passado, numa cerimônia abençoada pela religião umbandista.
O juiz Roberto Ramos Alvim, da Vara de Família da comarca, autorizou o casamento civil das duas mulheres. O ato foi, então, celebrado no Cartório Heusi.
Familiares e amigos delas acompanharam a cerimônia. Rafaello, filho da juíza Sônia, também estava presente e ansioso pela união. O meu filho me chama de mãe e se dirige à Lilian como mamusca, conta Sônia.
Com o casamento, Lilian e Sônia decidiram acrescentar os sobrenomes uma da outra, ficando Sônia Maria Mazzetto Moroso Terres e Lilian Regina Terres Moroso.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

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Em busca do pastor assassinado

3/7/2011 18:12,  Por Rui Martins, de Genebra
Reprodução
Com medo do comunismo, denunciavam pastores, seminaristas e fiéis.
Era o ano de 1980 e eu tinha ido ao Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra, como reporter da Rádio Suíça Internacional, para entrevistar o reverendo Charler Harper sobre questões ligadas à defesa dos direitos humanos no Brasil.
Sob ditadura militar, o Brasil, naquela época, era alvo de numerosas denúncias por torturas, assassinatos e desaparecimentos, nos jornais europeus. E nosso país tinha um papel importante de apoio à chamada Operação Condor utilizando seus consulados e suas embaixadas, onde os adidos militares eram ativos, prestando serviços aos países governados por ditaduras militares do Cone Sul latinoamericano, desde Montevideu, no Uruguai, a Santiago, no Chile.
A Rádio Suíça Internacional, onde eu acabara de entrar vindo de Paris, assim como a BBC e a RFI, teve um papel importante na divulgação dos crimes da ditadura brasileira e divulgava para o Brasil, em ondas curtas, o que se revelava, principalmente em Genebra, através de relatos de exilados e relatórios de organizações internacionais.
Essa Rádio tinha sido uma fonte de informação, na Europa, sobre o sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher pela VPR, em dezembro de 1970, cuja libertação ocorreu em troca de 70 presos políticos enviados ao Chile e ali libertados. Entre eles, Alfredo Sirkis. Em 1981, com a publicação do livro de Sirkis, Os Carbonários, contando com detalhes o episódio, tive a oportunidade de me encontrar com Bucher, em Lugano, na Suíça italiana, que me deu sua versão do sequestro, publicada no jornal Le Matin de Lausanne.
Mas voltando a Genebra, onde tinha entrevista marcada com Charles Harper, sua secretária me informou haver um atraso, pois Harper estava em conferência com o pastor James Wright.
Não consegui disfarçar minha surpresa – James Wright ? Para mim, aquela era uma coincidência extraordinária.
Líder da mocidade presbiteriana, em Santos, ainda adolescente, tinha acompanhado a trajetória de Paulo Stuart Wright, irmão de James, pela revista Mocidade, e seu desaparecimento, logo depois de preso em São Paulo, pelo Doi-Codi. Paulo Wright tinha sido uma das vítimas da decisão da Igreja Presbiteriana de apoiar o golpe e os militares. Assim como seu irmão James, demitido do ministério pelo presidente do Supremo Concílio, Boanerges Ribeiro, que fora pastor de minha igreja em Santos, quando eu era ainda criança e adolescente.
Enfim, abriu-se a porta e surgiu um homem alto e de presença marcante. Antes que James Wright partisse, cheguei até ele, me apresentei e lhe falei sobre um projeto de há alguns anos – « queria escrever um livro sobre seu irmão Paulo Wright ». Marcamos um encontro no seu hotel, para depois da entrevista com Charles Harper, e enquanto tomávamos um café na recepção me falou de seu irmão. E lhe disse – « quero escrever um romance sobre Paulo e sobre os presbiterianos durante a ditadura, porém não tenho nada sobre ele, terei de criar uma fição ». Mas essa possibilidade não perturbou James – « escreva o que achar melhor, nós mesmos pouco sabemos sobre ele ».
James Wright não me contou porque estava ali em Genebra. Era um segredo guardado a sete chaves. Cinco anos depois, em 85, tornou-se tudo público – James trabalhava naquela época, junto com o cardeal de São Paulo, Paulo Evaristo Arns, no levantamento das denúncias contidas no livro Brasil: Nunca Mais. E, faz apenas quinze dias, foram para São Paulo os pacotes com os documentos que eram enviados a Genebra, guardados no Conselho Mundial das Igrejas, com os relatos das torturas, processos, mortes e desaparecimentos no Brasil. Esses documentos ficarão abertos ao público, nos Arquivos do Estado de São Paulo, e serão digitalizados para serem preservados na memória e na história brasileira.
Uma triste constatação neles se encontra – muitas igrejas, pastores e dirigentes, assim como membros, presbiterianos, batistas, metodistas, aderiram ao golpe militar de 64 e denunciaram crentes considerados subversivos aos militares. E, por isso, foram presos, torturados e alguns desapareceram. Entre eles, Anivaldo Padilha, que também conheci em Genebra e que sobreviveu como exilado.
Boanerges Ribeiro, o meu pastor da infância, tão amado por meus pais, em cujos cultos ouvi falar pela primeira vez em Marx, Engels e no perigo do comunismo, foi um dos principais inquisidores. Demitiu pastores e seminaristas, fechou seminários e afugentou a juventude anti-golpista de suas igrejas. A revista Isto É publicou uma excelente reportagem a respeito desses anos em que os protestantes deduravam e apoiavam os militares.
E o livro ? Muitos capítulos foram escritos, iniciados ainda em 1980, numas férias na ilha grega de Tinos, sempre interrompidos por meu trabalho de jornalista, crises e depois por falta de mais elementos.
Trinta anos se passaram, James Wright já morreu e não poderá ler, mas até o fim deste ano estará, enfim, concluído esse romance sobre os evangélicos no Brasil, sobre a fé, os fundamentos da fé, a descrença, a desesperança, a reconversão, a ilusão, a religião analgésica, um pouco de tudo que fez sofrer Paulo Wright.
Um longo caminho de pesquisa e reflexão Em busca do pastor assassinado.(Publicado originalmente no site Direto da Redação)
Rui Martins, jornalista, escritor, correspondente do Correio do Brasil em Genebra.

domingo, 3 de julho de 2011

Deputado federal Marco Feliciano (PSC), quer discutir obrigatoriedade do ensino religioso


A Comissão de Educação e Cultura realizará audiência pública (28/06) para discutir o Projeto de Lei 309/11, do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que torna o ensino religioso disciplina obrigatória nos currículos do ensino fundamental. O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394/96). A lei diz que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”.


A proposta acrescenta a obrigatoriedade da disciplina tanto nas escolas públicas como nas particulares, mas mantém o caráter facultativo (opcional) da matrícula. “Conforme a proposta, a escola oferecerá ao aluno que não optar pelo ensino religioso, nos mesmos turnos e horários, disciplina voltada para a formação da ética e da cidadania, incluídas na programação curricular,” afirmou o parlamentar.